



Nova técnica de transplante capilar para calvícies avançadas aumenta o número de fios em uma única cirurgia. Márcio Crisóstomo, autor da pesquisa, explica.
Dr. Márcio Crisóstomo
CREMEC 7164
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Pós-graduação no Serviço do Prof. Ivo Pitanguy - RJ
Membro da International Society of Hair Restoration Surgery
Membro da Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar
Mestre em Cirurgia pela Universidade Federal do Ceará
Em matéria de avanço e inovação o Ceará desponta no cenário nacional e internacional com uma nova técnica de implante capilar desenvolvida pelo cirurgião plástico Márcio Crisóstomo. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da International Society of Hair Restoration Surgery (ISHRS), Márcio Crisóstomo criou uma técnica voltada para pacientes com calvícies avançadas, que implanta de 25% a 30% mais fios do que a técnica clássica.
Implantes que deixam aspecto “ralinho” ou “marcado” são coisas do passado. Com os avanços da tecnologia e a espec ialização dos médicos, as chances de o paciente conseguir um resultado mais natural aumentam. Mas para Márcio Crisóstomo, não basta. É preciso um número maior de fios para tratar calvícies mais difícies. E, para isso, são necessárias mais de uma cirurgia, em alguns casos. “ Vem a questão: como aumentar o número de fios em uma cirurgia só? Nós combinamos as duas técnicas de utilização da área doadora”, afirma Márcio Crisóstomo.
O “Untouched Strip”, como ficou conhecido o novo procedimento, consiste na combinação de duas técnicas, a Elipse (técnica clássica) e a Follicular Unit Extraction (FUES), em um único momento cirúrgico. Na Elipse, o cirurgião faz um corte na parte de trás (área doadora), onde o cabelo não sofre os mesmos efeitos hormonais da área calva. Dali, ele retira uma faixa de couro cabeludo, entrega para uma equipe especializada que, com um microscópio, separa a faixa em unidades foliculares, com um a três fios. Em seguida, elas são plantadas em uma área receptora.
Na técnica FUE não tem corte. “O cirurgião puxa fio por fio. Faz um furinho de menos de um milímetro, puxa e já sai (o fio) inteiro. Qual a vantagem da primeira? É a mais utilizada, pois é a que leva mais fios. E na outra, a vantagem é que não tem cicatriz. Se o paciente quiser depois raspar o cabelo, ninguém vai vê-la”, compara o especialista. Com o Untouched Strip, em um mesmo dia as duas técnicas são realizadas, sendo uma o complemento da outra. No procedimento, o cirurgião ainda consegue deixar uma área do couro cabeludo intocada para um futuro transplante, se houver.
“O objetivo é, em calvícies avançadas, nas quais a gente sabe que mais de uma cirurgia é necessária, potencializarmos a área doadora do paciente, associando duas técnicas de retirada de fio e ainda preservando essa área para ser usada no futuro, se necessário”, explica Márcio Crisóstomo. O diferencial da novidade, acrescenta, é que se consegue mais volume de cabelo em uma única cirurgia. “Em pacientes que a gente sabe que vai precisar de duas cirurgias ou mais, nós mostramos que a combinação da técnica clássica com a FUE aumenta significativamente o número de fios”, completa.
Destaque internacional
A pesquisa de Márcio Crisóstomo foi publicada na Revista Surgical & Cosmetic Dermatology (2011) e, neste ano, saiu na Revista da Sociedade Internacional de Transplante Capilar. A técnica está sendo apresentada em países como Itália, Estados Unidos, Portugal e Suíça, além de vários Estados brasileiros. “É um conhecimento gerado aqui, na medicina do nosso Estado e que tem gerado interesse muito grande fora”, observa o autor da pesquisa.
A calvície é um problema que afeta especialmente os homens, sendo mais de 90% dos casos de origem hereditária. O tratamento começa com remédios receitados pelo dermatologista, mas quando chega em um estágio avançado, a cirurgia é indicada. Com o implante, o paciente recebe fios que vão crescer naturalmente como qualquer outro da cabeça. Recuperando dessa forma a autoestima. “No começo tem restrições, como evitar água de praia e piscina, mas depois que nasce, pode pintar, alisar e cortar. É o cabelo normal da pessoa”, afirma